domingo, maio 01, 2005

Investigação sobre sujeitos ou com participantes?

Um dos apectos que se revela claramente nos processo de recolha e de análise de dados na investigação é a forma como é conceptualizado o papel (das pessoas envolvidas) no campo empírico. É preciso distinguir (e assumir) se se está a produzir uma investigação sobre sujeitos ou uma investigação com informantes / participantes. A importância desta distinção torna-se óbvia se nos questionarmos sobre esse campo empírico e sobre a forma como o definimos:

O que é que eu sei sobre o problema que me permitirá formular e testar uma hipótese? versus O que é que os meus informantes sabem sobre a sua cultura que eu poderei descobrir?

Que conceitos posso utilizar para testar essa hipótese? versus Que conceitos usam os meus informantes para organizar a sua experiência?

Como posso definir esses conceitos operacionalmente? versus Como é que os meus informantes definem esses conceitos?

Que teorias explicam os dados? versus
Que teorias naturais é que os meus informantes usam para explicar e organizar a sua experiência?

Como é que posso interpretar os resultados e relatá-los na linguagem (académica) dos meus colegas? versus Como é que posso traduzir o conhecimento cultural dos meus informantes numa descrição analítica que a cultura (académica) dos meus colegas entenda?