domingo, maio 01, 2005

Investigação sobre sujeitos ou com participantes?

Um dos apectos que se revela claramente nos processo de recolha e de análise de dados na investigação é a forma como é conceptualizado o papel (das pessoas envolvidas) no campo empírico. É preciso distinguir (e assumir) se se está a produzir uma investigação sobre sujeitos ou uma investigação com informantes / participantes. A importância desta distinção torna-se óbvia se nos questionarmos sobre esse campo empírico e sobre a forma como o definimos:

O que é que eu sei sobre o problema que me permitirá formular e testar uma hipótese? versus O que é que os meus informantes sabem sobre a sua cultura que eu poderei descobrir?

Que conceitos posso utilizar para testar essa hipótese? versus Que conceitos usam os meus informantes para organizar a sua experiência?

Como posso definir esses conceitos operacionalmente? versus Como é que os meus informantes definem esses conceitos?

Que teorias explicam os dados? versus
Que teorias naturais é que os meus informantes usam para explicar e organizar a sua experiência?

Como é que posso interpretar os resultados e relatá-los na linguagem (académica) dos meus colegas? versus Como é que posso traduzir o conhecimento cultural dos meus informantes numa descrição analítica que a cultura (académica) dos meus colegas entenda?

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nunca tinha pensado nisto... Mas pedi alguns versos emprestados a Mário de Sá-Carneiro, "Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio: Pilar da
ponte do tédio Que vai de mim para o outro.", porque me pareceu que realmente se não se definir à partida se a investigação é "sobre os outros" ou "com os outros" deve acontecer mais ou menos isto (tédio incluído?).
InêsSA

12:16 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Será que a investigação é um mundo sempre a preto OU branco? Onde estão as escalas de cinzentos?
Marg Sofia

10:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

De acordo. A vantagem de colocar duas posições distintas e extremadas pode ser ajudar-nos a pensar, a distinguir as coisas. A vantagem de colocar o preto e o branco é ajudar-nos a pensar nos conzentos - não a ignorá-los ou a interpretar a realidade a preto e branco.
jfm

9:33 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home